Voltar pra casa gerava uma expectativa enorme.
Exatos 30 dias depois da minha entrada no Barracão eu voltava pra minha
casa. Foram 30 dias sem ver as pessoas que eu mais amo – das quais uma eu não
via há um pouco mais. Nossa quanta expectativa! E gerar expectativa, na maioria
das vezes, pode ser bem frustrante também. As pessoas estavam em suas rotinas.
Era eu quem estava fora.
Minha mamãe foi até a minha casa me ver na mesma hora em que cheguei,
meu filho chegou um tempo depois, minha filha depois de três dias e há pessoas
que não chegaram. Este era o meu primeiro choque de realidade. E chegar em casa
foi bom, sem dúvida, mas penso que gerei expectativa demais. Era eu quem estava
com muita saudade.
Cheguei em casa, mas ainda tinha regras a seguir que perduram por mais
três meses. Recebi da minha Gaiaku muitas orientações e algumas poucas
concessões – chamada na religião de “quebra de quizila” – porque voltaria ao
trabalho em pouquíssimo tempo. Não cabe aqui falar sobre as regras que tinha
que seguir, tampouco as concessões que me foram feitas para o trabalho. O que
me cabe dizer é que em casa, como toda Yawò eu havia que cumprir todas as
regras, sem exceção.
Não são as regras mais difíceis do mundo que uma Yawò tem que cumprir,
mas para que tudo corra bem, é necessária muita disciplina. De toda forma,
estar em casa foi bom. E uma nova etapa começava...
Continua...
Expectativas ... Sempre as temos! Gostando de acompanhar! bjs, chica
ResponderExcluirE, na maioria das vezes, nos frustramos. Ah, o ser humano! Bobo, bobo!
ResponderExcluirBeijos confinados e continuem se cuidando!
Audrey