quarta-feira, 18 de março de 2015

Segue em frente

Tornou-se vaga lembrança a doce e breve rotina. gostava demais do cheiro que deixava pela casa. Sente saudade de tanta coisa. E sente tanto medo também. Já não sabe mais muita coisa, mas uma causa dor profunda: perdeu a sensação de adormecer em seus braços depois do amor. Não conhece mais uma das sensações mais gostosas e revitalizadoras da vida.
Na hora de dormir faz uma prece. Mesmo com dor agradece a Deus. Aprendeu que em tudo deve dar graças. Sorri. Vira de lado. Fecha os olhos. Se encolhe. Busca na lembrança que dista, cada dia mais, a sensação do abraço que acolhia e passava segurança. Adormece. No dia seguinte se descobre só. Levanta. Ergue a fronte. Segue em frente e enfrenta o que vem pela frente.

quarta-feira, 4 de março de 2015

A beira do abismo...

A beira do abismo ela está de volta, depois de uma reviravolta e muita dor. Aos poucos a menina que tornou-se pedra volta a ser flor. E ela é encantada e mesmo ainda machucada, oferce amor. Ela sabe que não é princesa, que não vive um conto de fadas, mas é mais que sofrida, é louca varrida, ela é mulher. Depois da parada, da busca desesperada, de se sentir desamparada, ela se reencontrou. Com força dobrada, reiniciou sua caminhada.
Numa pequena parada ela olhou para trás... Fechou seus olhos, respirou fundo e sentiu seu mundo. Em sua memória, descobriu a glória. Contemplou a descida, a sua vida sofrida e apenas sorriu. De fronte erguida, um pouco ressentida, do seu ponto de partida, sua jornada reiniciou. E não é que depois de todo sofrimento ela não perdeu o sentimento que um dia a matou. E mesmo conhecendo o risco ela se entregou.
Ela sabe que a vida só vale a pena ser vivida quando a gente se arrisca na vida de outra vida. Ela perdeu o medo, aprendeu o segredo... Se descobriu encantada, sabe que é amada, que é flor perfumada que enfeita um jardim. De um terreno semiárido, ela fez arado, tornou um ser desprezado em um ser amado. Não era amor, ERA MUITO MELHOR!!!
Muito prazer! Ela!

domingo, 1 de março de 2015

Dos laços...

Dos laços e todos os seus embaraços ela se separou. Não apenas por vontade, mas também por força das circunstâncias desatou os nós. E não é que o que era pesado, foi deixado de lado e nada lhe custou. Foi aí que ela conheceu a maldade de quem um dia libertou. Ela já não sabia mais o quanto era capaz de andar sozinha, mesmo na escuridão. Redescobriu suas forças, que foram tiradas a golpes lentos, sem sua percepção.
Perdeu a confiança, mas ganhou a esperança de novamente ver a luz. Mas se engana quem acredita que ela endureceu. Ainda é uma pedra, mas a cada dia, deixa de ser maciça e o cume é sua direção. Se perdeu em meio a queda, mas durante a caminhada, ela se reencontrou. Estão se fechando as feridas, mas ela ainda está partida, mas tem de volta o seu chão. E de tão sofrida, ela que tinha confiança, prefere hoje a rejeição.
Sem dó nem piedade, ela que se atirou no abismo, achou que estava tudo perdido, mas encontrou a redenção.