terça-feira, 9 de agosto de 2011

Minto a verdade

“Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio...
... Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas
como a única coisa que resta a uma ‘mulher’
inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
... Que o espelho reflita em meu rosto
um doce sorriso
Que eu me lembro de ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei...
... E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

MONTENEGRO, Oswaldo


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Questionamento sobre quem sou eu, como conduzo minha vida, se realmente vivo o que escrevo ou me escondo em minhas palavras, me fizeram parar para refletir. Principalmente, porque os questionamentos vieram de alguém que não se mostra.
Bem, vamos lá! Nem sempre escrevo o que sinto. Gostaria de fazê-lo mais, no entanto, tenho receio de chocar. Jornalista – com diploma – por opção e convicção, escrevo no meu dia-a-dia o que é necessário. É disso que vivo. Das palavras tiro o meu sustento. Dos fatos que apuro e redijo. E o faço com amor, ainda que não fale dele nos textos. São apenas fatos.
Já no meu blog procuro colocar o sentimento que, muitas das vezes, são tolhidos em outros textos. Quem sou eu? Sou uma mulher impulsiva, com acertos incríveis e erros desastrosos. Sou uma pessoa meio a meio. Meus acertos são frutos de minha intuição. Já meus erros são infantilidade – tem uma parte em mim que teima em não crescer.
Guardo pequenas coisas como verdadeiros tesouros preciosos, e jogo fora coisas grandes, como lixos incômodos que só tomam espaço. Vejo no amor o perigo que envolveu sua grande perfeição e delicadeza. Sou meio a meio. Gosto de tudo sem pressa, com o impulso de uma alavanca. Procuro agir com destreza, mas sem precisão. Eu sou meio a meio. Minha estabilidade é instável, volátil. Eu sou meio a meio.
Quem sou eu?! Vivo realmente o que escrevo?! Bom, eu só sei que eu, eu minto a verdade.
E você?!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Busca

Ausência sentida. Ausência doída. Doída no corpo e na alma que sofriam juntos, calados, e clamavam por socorro.


Encontro com o passado. Encontro com o futuro. Deixou o presente de lado para evitar mais sofrimento, mas os tempos sofriam juntos, calados, e clamavam por socorro.

Mão da terra. Mão do céu. Terreno e celestial estenderam a mão, que sofriam juntos, calados, e clamavam por socorro.

Busquei corpo. Busquei espírito. E encontrei o meu socorro. Presença sentida, sem dor. Passado, presente e futuro em um só tempo. Terra e céu com mãos estendidas. Corpo e Espírito unidos sem sofrimento e clamando apenas por amor!


ANDRADE, Audrey