Não me impeça de ver o que anseio...
... Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas
como a única coisa que resta a uma ‘mulher’
inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
... Que o espelho reflita em meu rosto
um doce sorriso
Que eu me lembro de ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei...
... E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
MONTENEGRO, Oswaldo
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Questionamento sobre quem sou eu, como conduzo minha vida, se realmente vivo o que escrevo ou me escondo em minhas palavras, me fizeram parar para refletir. Principalmente, porque os questionamentos vieram de alguém que não se mostra.
Bem, vamos lá! Nem sempre escrevo o que sinto. Gostaria de fazê-lo mais, no entanto, tenho receio de chocar. Jornalista – com diploma – por opção e convicção, escrevo no meu dia-a-dia o que é necessário. É disso que vivo. Das palavras tiro o meu sustento. Dos fatos que apuro e redijo. E o faço com amor, ainda que não fale dele nos textos. São apenas fatos.
Já no meu blog procuro colocar o sentimento que, muitas das vezes, são tolhidos em outros textos. Quem sou eu? Sou uma mulher impulsiva, com acertos incríveis e erros desastrosos. Sou uma pessoa meio a meio. Meus acertos são frutos de minha intuição. Já meus erros são infantilidade – tem uma parte em mim que teima em não crescer.
Guardo pequenas coisas como verdadeiros tesouros preciosos, e jogo fora coisas grandes, como lixos incômodos que só tomam espaço. Vejo no amor o perigo que envolveu sua grande perfeição e delicadeza. Sou meio a meio. Gosto de tudo sem pressa, com o impulso de uma alavanca. Procuro agir com destreza, mas sem precisão. Eu sou meio a meio. Minha estabilidade é instável, volátil. Eu sou meio a meio.
Quem sou eu?! Vivo realmente o que escrevo?! Bom, eu só sei que eu, eu minto a verdade.
E você?!
E você?!