domingo, 25 de outubro de 2009

Rosa

Uma linda planta verde com aparência inofensiva brota da terra. Com o passar do tempo o que era tão frágil vai se transformando. E em seus finos galhos vão nascendo espinhos e a sua armadura vai tomando forma. Tamanho zelo para gerar proteção deve ter razão de ser. A pequena planta verde, que nasceu timidamente, toma corpo e se considera capaz de se proteger e dar proteção.

O esforço é recompensado. Do alto de um galho, um lindo broto aparece. Nada é mais importante para a planta que aquela gota na ponta de seu galho. Ela cresce gradualmente, ganha pigmentação. Não importa a cor. Ela é uma flor e, portanto, muito vaidosa. A linda flor vai arrumando suas pétalas uma a uma. Afinal, ela não quer desabrochar desarrumada. Ela quer parecer bela.

E um dia ela desabrocha! Mostra suas lindas pétalas e propaga seu perfume que encanta quem ousa se aproximar e sentir seu cheiro. Sua beleza e harmonia são tão grandes que encantou desde o Pequeno Príncipe até o grande imperador...

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Mas a rosa que tanta admiração atraiu acabou só, em meio aos seus espinhos, sua dor e seu amor!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O voo do gavião

Não sou amante das noitadas, mas não tenho como negar a beleza que a noite esconde e que também mostra. É pura sedução! Parar um pouco e simplesmente observar a noite é mágico. É perceptível a magia que ela tem, não importando onde você esteja. Encanto puro!

Noite passada, observando o céu, vi uma linda ave sobrevoando uma antena de telefonia. Ela voava como rainha, imponente, majestosa e pousou serena. Que coisa mais linda! A ave parecia ser a dona daquele pedacinho de céu e do topo da antena. Ela não está solitária, mas não tem uma montanha para reinar. O ruído emitido pela ave ecoava no céu e rasgava o silêncio da noite, tal qual um desafio, que nenhuma outra ave se atreveu aceitar.

Pela manhã descobri que não era apenas uma ave que passou pelo local e fez um pouso de descanso. Era um casal de gavião que na ausência da montanha fez seu ninho em uma antena. Mas a majestosa ave tem um papel indispensável no equilíbrio da fauna até mesmo na cidade. São elas que evitam uma superlotação de roedores e aves pequenas – como é o caso dos ratos e pombos nos centros urbanos.

A espécie que elegeu a antena para construir cuidadosamente seu ninho é um gavião-carijó. Ele voa no aberto, aos casais, batendo rapidamente as asas e descrevendo círculos chamando a atenção pela característica gritaria que produzem. Têm asas compridas e largas de “pontas abertas” tal como nos urubus, cauda curta, conjunto apropriado para planar em espaços abertos. E se tornam agressivos quando qualquer um tenta se aproximar de seu ninho e protegem seus filhotes até que possam se defender sozinhos.

Assim é a maioria dos animais. Apenas o homem, tão somente o homem do reino Animália é capaz de abandonar sua cria quando ela ainda não tem capacidade de se manter sozinha. O mais triste é que o homem é o único animal racional. E talvez possa estar aí o problema. Ele é racional e os outros animais do reino são irracionais, mas têm o extinto de proteção. Para proteger não precisa razão, mas sim emoção.

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Ver o casal tecendo com capricho seu ninho e o defendo da escuridão da noite é uma lição de vida para os seres humanos.