Do abismo ela enxergou bem mais que a escuridão. Fechou seus olhos, se calou... E, no silêncio, despiu-se e mais uma vez clamou, suplicou, implorou por ajuda, uma gota de amor que fosse, mas refúgio lhe faltou. E ela percebeu que nada tinha de verdadeiro, nem mesmo ela porque um dia se entregou por inteiro. Conheceu, pela primeira vez, o medo. Ela chorou. Chorou sua dor, seu medo. Chorou porque se perdeu, porque não se encontrou...
De olhos fechados ela apurou seus outros sentidos... conseguiu ouvir a própria voz que tanto a alertou e ela ignorou. Na boca sentiu o gosto amargo da derrota de uma luta travada com ela mesma. Ela não sabia, mas era seu exército e também seu general. O odor não a agradou. Ela não era mais uma flor. Tateou seu interior e só percebeu o vazio. E, de novo, ela chorou.
O abismo era seu novo abrigo. Ela apenas aceitou porque já não havia mais forças para lutar. Se recolheu, buscou a calma e foi então que ela perceber que já havia habitado aquele lugar...
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