Da escuridão ela percebeu bem mais que a simples ausência de luz. Apesar do abismo ter se tornado seu abrigo, lugar conhecido, o medo não a abandonou. Feridas abertas, pedaços espalhados pelo chão... ela era a visão da dor. Perdida, machucada, sem rumo, sem direção, sem elo, sem ela. No vazio do seu abismo, chorou. Perdeu o orgulho, a vergonha e de novo clamou, suplicou, implorou, por uma ajuda, uma gota de amor que fosse, mas refúgio lhe faltou.
Em meio ao desespero se entregou, se abandonou para tentar se encontrar. Vagou pela escuridão vestida apenas por sentimentos e o desejo de se reconstruir. E a palavra era aceitar. Aceitar sem murmúrio, sem lamento, sua nova condição. Da flor à pedra a dor a transformou. E em sua insignificância ela tinha vaga lembrança do que um dia foi. ela acreditava na vida, tinha brilho no olhar... era era flor encantada, cheia de amor para dar.
E foi então que ela descobriu que seu abismo era mais que conhecido, era seu lugar preferido para se recuperar.
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