A Chica me inspirou! Visitando um dos blogs da Chica (são muitos, quem a conhece sabe do que estou falando), o "FuXICAndo com as letras", me deparei com um post singelo, simples: a cena de uma criança puxando uma mochila de carrinho, indo para a escola. No post, Chica fala sobre a foto como uma participação em um blog amigo – não lembro o nome – com o tema estudante. E é seu neto Santiago, o caçula!
Nossa!!! Como a foto me invadiu e me emocionou. Meu coração sentiu um aperto gostoso, as lágrimas marejaram meus olhos e meus lábios sorriram. Me veio logo a cabeça meus filhos indo para a escola... que delícia! Mariana, a minha filha mais velha, entrou para a escola aos dois anos. Que alvoroço! Na véspera não dormi. Que medo de deixar meu bebê na escola. Das 8h às 12h muita coisa poderia acontecer e eu não estaria lá. Medo foi o que senti!
Mariana acordo disposta, se arrumou “sozinha”, até laços deu em seu tênis – laços frouxos, é claro. EU me senti desamparada. ELA, como sempre, se sentiu dona de si, na altura dos seus dois anos. Na porta da escola EU era a figura do desespero. ELA era a figura da curiosidade. EU com olhos marejados de um sentimento que não consegui classificar. ELA com olhos brilhantes de alegria em ver aquelas crianças.
Saímos do carro – EU tremia de nervoso e ELA de euforia – a entreguei a professora e aguardei que ela chorasse, não quisesse ficar com aquelas pessoas desconhecidas, mas o que recebi foi linda entrada – como um triunfo – de uma grande menina de dois anos que deu a mão a professora e caminhou em direção ao corredor e sequer olhou para trás. Que frustração!
Aguardei até a hora do recreio e a professora veio até mim e disse, calmamente: “_ Mãezinha, pode ir embora. Ela está ótima, é bastante comunicativa, participativa, ajuda aos coleguinhas e está muito feliz. Fique tranquila”. Aquelas palavras soaram como um soco na boca do estômago. Entrei no carro e fui para casa. Aquele dia não trabalhei. Havia avisado no trabalho que minha filha, meu bebezinho, ia para escola pela primeira vez e tinha que acompanha-la. Afinal, seria uma adaptação difícil para ela que tinha apenas dois anos e dois meses. Fiz mais. Avisei que ao longo da semana chegaria mais tarde porque a adaptação duraria uma semana.
As horas não passavam. Antes das 11h – a Mariana saía da escola às 12h – lá estava eu na porta escola, aguardando ansiosa a menina “assustadinha” que sairia da escola. As 12h, veio Mariana cheia de si e quando me viu, correu na minha direção e disse: “_ Que saudade, mamãe! Posso ficar mais um pouquinho?!”. Quase tive um treco. Como assim ela queria ficar mais?! Estava indignada com tamanho desprendimento. Estava triste, mas também feliz! Sorri, a abracei e apenas disse: “_Fique tranquila, amanhã você volta!”. Ela sorriu, deu tchau para todos e disse: “_Fiquem tranquilos, amanhã eu volto!”.
Na manhã seguinte Mariana se levantou, se arrumou e, novamente confiante, foi para a escola. Na porta, desta vez, a diretora me esperava e perguntou se poderia falar comigo. Disse que sim e me precipitei a perguntar se havia algo de errado. Com um sorriso leve ela me disse: “_ Nossa, como a Mariana é levada, né?!”. Eu apenas sorri e balancei a cabeça concordando com ela. Ali começaram meus “problemas” (rsrsrs). A minha vida mudou e da diretora também. Anos mais tarde ela teve uma filha e colocou o nome de... Mariana, é claro, em homenagem a minha Mariana. Só quem tem uma Mariana sabe o que é ter uma Mariana.
Nosso ritual matinal pelos quatro anos seguintes foi o mesmo. Éramos apenas nós duas. Enquanto tomávamos banho e nos arrumávamos, conversávamos sobre muitas coisas. Era pouco tempo, mas intenso e precioso. Trabalhava muito e pouco ficávamos juntas: algum tempo à noite, quando estávamos cansadas, e pela manhã, cheias de gás para começar um novo dia. SEN-SA-CI-O-NAL!!!! Com certeza era a hora mais preciosa do meu dia, quando éramos apenas de nós duas falando sem parar sobre as novidades e o dia anterior.
Nesses quatro anos que se seguiram, fomos presentadas com o Pedro, nosso caçula. Pedro ficava inconformado com a Mariana indo para a escola e ele ficando. Pedro queria não apenas ir para a escola, como queria fazê-lo com a Mariana. Mas a escola que a Mariana estava (ainda hoje está e Pedro também) é de freiras e só entra aos quatro anos. Pedro tinha três. Como resolver essa questão?! Além de tudo, ele queria ir de van, como a irmã.
Fácil! Em frente à escola da Mariana havia um jardim-escola. Lá fui eu! Matriculei o Pedro e, em fevereiro de 2003, começou a estudar. Tudo de novo, só que diferente. Fui mais prudente e menos infantil. Perguntei ao Pedro se queria que o levasse para a escola no primeiro dia de aula. Rapidamente ele me respondeu: “_ Pra quê, mamãe?! Eu estou com a Mariana!”. Ele falou isso com tanta segurança que me espantou. A Mariana sempre foi decidida e ele confiava nela. Que coisa mais engraçada! Ela só tinha sies anos! E o mais engraçado é que até hoje é assim. Se a Mariana está, não tem problemas.
O menino branquelo e tímido deu lugar a um menino que ao longo daquele ano, daquele primeiro ano de escola, continuou magrelo – e é até hoje – mas menos tímido. Começou a disparar palavras, se tornou independente – só com quase quatro anos aprendeu a amarrar o sapato e quem ensinou foi a Mariana, é claro!
Como a irmã, Pedro adorou ir para a escola, brincar com outras crianças, mas o que ele mais gostava mesmo era de ir e vir na van com a Mariana. Só “os dois”, sem a mãe por perto. Mais radiante ele ficou quando no ano seguinte ele fazia parte do mesmo “grupo” da irmã, afinal, havia crescido e estudava na mesma escola. Entravam e saiam juntos, com o uniforme parecido. A mesma van. E os dois iam juntos, de mãos dadas para a escola.
Agora estava completa a nossa manhã, nosso ritual e as nossas conversas. Éramos nós três: EU, ELA e ELE. Os anos foram passando... Continuo trabalhando muito, mas estou em situação mais favorável e passamos mais tempos juntos. Mas ainda hoje – e que Deus permita que por longos anos tenhamos essa hora só nossa – a minha casa às 6h da manhã ainda é o mesmo alvoroço. A van chega a nossa casa às 6h55. Temos quase uma hora só nossa. Em meio a um banho e outro, são longos minutos em que falamos sem parar, contamos coisas que não havíamos dito antes, repetimos coisas ditas no dia anterior, brigamos, rimos, conversamos sem parar. Não há um único minuto de silêncio. E como eu gosto disso! Não abro mão disso por nada nesta vida. E a van chega – a mesma van, o mesmo motorista-anjo-da-guarda, que meus filhos aprenderam a amar e “respeitar”. Respeitar, às vezes, já que de vez em quando, recebo reclamação de que demoraram, que a van tem que buscar porque um ou outro não veio na viagem certa – e eles entram e vão para escola!
Essa é uma das coisas que faz a minha vida feliz! Que enche a minha alma e o meu coração de alegria. E foi isso que tanto me emocionou ao ver o post da Chica. Assim somos EU, ELA, ELE e a CHICA! Obrigada, Chica!
Emoções rotineiras de vida familiar participativa... Isso é mais que todo e qualquer conteúdo programático de uma escola possa oferecer. Será a memória afetiva por todo tempo. Sem descartes. Sem prazo de validade. É eterno um momento como esse.
ResponderExcluirBjs. Célia.
Arrasou mãe!!!!!! Lindíssimo rs Não me lembrava disso, mas me diverti bastante "relembrando" rs
ResponderExcluirTe amooooooooooo!!!!
ResponderExcluirNoooooooossa!Eu aqui lendo e visitando os amigos, enquanto ao fundo uma chatérrimo futebol na tv, vejo essa beleza . Muito obrigado pelo carinho.
ResponderExcluirAdorei tua história e fotos e te aconselho a participar lá. É só mandar.Acho que ainda dá tempo! Olha no link. ADOREI! E acrescentei teu link no meu post. Obrigadão!! Vê se manada pra ela!
Somos todas iguais...Fiz isso com os 4 filhos e ainda me emociono com os netos!
beijos,chica
Bonito texto Audrey
ResponderExcluirsão momentos que as mães nunca esquecem, os primeiros dias da escola.
e a Chica inspirando a mamae coruja não é?
adorei e me emocionei também, as fotos são bem singelas.
Boa semana Audrey e parabéns pela beleza de família que tens.
meu abraço de boa semana
¡Ay Audrey!!!
ResponderExcluirQue delicia de crías, son la alegría de la casa y del mundo. No podría ser un mundo sin estos angelillos.
Su ternura su dulzura... No existe belleza más grande.
Y gracias damos por tenerlos felices dales nuestro cariño y alimento. Hay tantos que están tirados por el mundo que viven en la más miserable pobreza, el mundo es inmensamente cruel con ellos. Dichosos de nosotros y de nuestros hijos, que le damos y nos dan amor y cariño.
Felicidades por este post muy interesante y bonito.
Te dejo mi gratitud y mi admiración. Un abrazo grandote y es muy feliz.
Por cierto, está súper bien tu castellano español. Gracias por tu cercanía. Yo también tengo familia en Brasil.
Excelente texto. Esses momentos sempre ficam na memória!
ResponderExcluirVim lá da Chica para ler esse texto e me encantei com tudo que por aqui vi.
Abração.
Lindo post, memórias, fotos, sentimentos.
ResponderExcluirChica e vc são joaninha e flor nesse grande pequeno caminho que é a blogosfera.
FELICIDADE para as duas \o/
Voltei pra desejar uma linda semana! beijos,chica
ResponderExcluirLindo poster...a Chica é show, sou sua seguidora!!
ResponderExcluirPor aqui eu fico...
Tenha uma Linda Semana!!
Muita Luz!!
Eles preenchem-nos, enchem a nossa vida de mil cores.
ResponderExcluirBj
Simplesmente linda postagem, bela inspiração...beijos e uma linda semana pra ti amiga...
ResponderExcluirUm bom dia pra ti minha amiga...beijos.
ResponderExcluirPassei por isso Andrey com o meu pequeno..ave que aperto no coração de mãe..
ResponderExcluirlindo post
beijos
Oi querida!
ResponderExcluirLi uma frase hj que gostei e resolvi compartilhar:
"As vezes quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo"
Beijos!
Audrey,que legal a sua história!Uma ótima inspiração com a Chica que sempre tem belíssimos textos!Sua Mariana te deu um baile no final!...rss...que danada!Ainda bem que não teve problemas de adaptação!bjs e boa semana!
ResponderExcluirOI AUDREY!
ResponderExcluirME FIZESTE VIAJAR NO TEMPO E LEMBRAR DE QUANDO MINHA FILHA MAIS VELHA FOI EM SEU PRIMEIRO DIA DE AULA, HISTÓRIA MEIO PARECIDA, A NOSSA E DE MUITAS OUTRAS MÃES, MAS, SEMPRE IRÃO NOS EMOCIONAR.
AINDA LEMBRO DESE DIA E OLHA FAZ MUITO TEMPO.
O SEGUNDO FOI MAIS FÁCIL, TAMBÉM, JÁ TÍNHAMOS NOSSA PIONEIRA DESBRAVANDO, E NÓS COM SENTIMENTOS ENTRE, PREOCUPAÇÃO E UMA DOSE DE CIÚMES, POIS ELES ESTAVAM PARTINDO PARA A VIDA SEM ESTARMOS POR PERTO O TEMPO TODO.
AINDA BEM QUE DEU TUDO CERTO.
LINDA E INSPIRADA TUA POSTAGEM.
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
Click AQUI
E eles agradecem eternamente. Fico feliz com essa viagem no tempo.
ResponderExcluirBj
.
ResponderExcluirEstou encantado com o seu
comentário. Lindo e preciso.
Beijos,
silvioafonso
.
.
ResponderExcluirVocê veio, ficou o suficiente
para descansar os pés. Depois
bateu de leve a saia, sorriu
para os meus olhos e sem pres-
sa foi-se embora.
Eu não sei o que se passou na
viagem de volta à casa, mas eu
que fui deixado para trás fi-
cando sem a sua presença me
senti mais só, ainda...
Beijos,
Palhaço Poeta
.
Que texto terno, Audrey! Traços de emoção, um saudosismo saudável! Tem um quê de Manoel Carlos. Parabéns! Gostei muito!!!
ResponderExcluirObrigada por visitar e comentar.
ResponderExcluirAndo sem inspiração ou talvez deixei meus pensamentos de lado.
Mas voltarei a postar as minhas observações.
Felicidades. Bjs
Selia
Olá,Audrey!!
ResponderExcluirQue texto mais emocionante!!!!Impossível não lembrar do primeiro dia de aula do meu filho!Eu nervosa e ele nem olhou para tras!rsrs
Linda homenagem a Chica, uma amiga tão querida!!!
E muito obrigada pela visita!
Seja sempre Bem-Vinda!
Beijos!
MARIANA,muito bem ,é assim mesmo que se educa uma mãe!
ResponderExcluirVocê e o PEDRO devem continuar a provocar em sua mãe "trecos" imimentes,afinal quando vocês nasceram ela estava acabando de deixar a máquina de datilografia de lado...depois eu explico o que era isso!
Você dois devem desculpá-la por não responderem que sem ela jamais voltariam para a escola ou sem ela ficariam chorando o dia inteiro e nem a merenda comeriam.
Mariana e Pedro, que coisa bonita esta geração de pirralhos independentes está dando nestas mãezonas choronas,ansiosas,que sofrem por tudo!
Sofrem um sofrimento sofrido sempre muito sofridamente,que vocês Mariana e Pedro, jamais encontrarão , nem no mais chatos dos games que estiverem jogando juntos!
Matem agora sua mãe de susto, peçam para irem sozinhos para a disneylândia, mas prometam trazer muitas fotos.
Ela deixará!
Ela o que? kkkkk
Um abração carioca.
Oi minha linda estou aqui para te agradecer tua visita, e te dizer que volte sempre. Este blog tem como objetivo maior fazer amizades. Passei aqui para te conhecer e fiquei encantada com o seu jeito simples de ser. Un forte abraço e obrigada você é a minha seguidora de nº 200.
ResponderExcluirOi, minha linda passei para te agradecer a visita e obrigada por ser minha seguidora, volte sempre que quiser pois este blog tem como objetivo fazer amizades, um forte abraço.
ResponderExcluir¡Hola Audrey!!!
ResponderExcluirPaso a visitarte y desearte lo mejor del mundo.
Y de paso releer tu interesante y bonito post.
Te echo de menos en mi casita de campo.
Te dejo mi gratitud y mi estima. Un besito y se muy feliz
Feliz Septiembre.
ResponderExcluirDomingo e semana maravilhosos como é maravilhoso viver!
ResponderExcluirBeijos...podes dar,agora tirei o aparelho...ksksksksksks...
Estimada, Audrey
ResponderExcluirVocê textualiza uma crônica atualizada no tempo, no modo e nas circuntância com os acontecimentos. O seu texto, buscou-me na memória, no dia em que fui à escolinha, deixar a hoje Dra. Samea Costa. Fiquei com o coração apertado. Enquanto ficavamos anciosos, elas ficam rosetando rsrsrs Mas, confesso, que fiquei orgulhosos meso, foi de voce ter comentado em meu blogue. Ta bom. Pra voce, para Mariana, Força, Sorte e Felicidades.
Abraços, abrasileirados
Sempre bom te ver e ler por lá :)
ResponderExcluirQ tal um post novo ou meio novo por aqui?
Beijos e carinho!
Nossa! Mergulhei nas lembranças e até me vi sentindo o cheio do meu primeiro dia na escola. Uma forma tão real de contar estes fatos do dia-a-dia e torná-los tão vibrantes e necessários às lembranças.
ResponderExcluirParabéns!!!
Grande abraço e meu carinho...
Obrigado também pela sua visita ao meu blog.
ResponderExcluirBem haja!
Oi... vim retribuir sua visitinha em meu Blog Pensando e Aprendendo e fiquei tbm, adorei o seu espaço... e deixo aqui um mimo pra vc... Bjks e apareça sempre, será muito bem recebida...
ResponderExcluirEste Selinho eu fiz com carinho para as pessoas queridas que estão sempre comigo...
E que me deixam muito contente com seus Espaços Maravilhosos...
Espero que você goste,
Deste Mimo que estou te dando, porém não se sinta obrigado a colocá-lo no seu Blog, eu
com certeza vou gostar disso, mas não ficarei chateada e nem ofendida casa não queira colocar,
nem tão pouco ficarei observando se colocou ou não...
Estou te dando por que acho que merece...
Um enorme beijo no seu coração...
Sandra Duarte Borges
http://sandraduarteborges.blogspot.com.br/2012/09/meu-selinho-para-voce.html
muito singelo...
ResponderExcluirOlá querida, desculpe, nem tinha reparado que no perfil havia apenas o link do Sapo... Lá se segue perfil.. é um pouco diferente do Blogger. Mas já acrescentei o link do meu blog no Blogger que é onde posto mais... Vai lá conhecer será para mim motivo de grande honra! Gr. Bj. viu!
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