Há certa poesia e encantamento nas estações e as aprecio da minha
varanda. Em cada época, visíveis transformações... e, em cada transformação,
desafios, alegrias, tristezas, medos, necessidades... e, em cada escolha, uma
renúncia. Tão belas quanto poéticas quanto difíceis. Carrego meus sonhos, visto
meus trapos, ando descalça, sigo a vida. Toco do meu jeito. Nem sempre o jeito
certo, mas do jeito que consigo ou me permito ou me é permitido. Sigo a vida da
forma que posso e ajo com o que tenho. Não existe facilidade, existe esforço e
dedicação.
Ah, mas também existe dor em grande parte das transformações que a vida
nos impõe. Nova estação inicia. Dona das mais belas tardes e as mais belas
paisagens que deveriam ser vistas a dois. Não por acaso, minha estação
preferida, das tardes alaranjadas e rosadas e de noites belíssimas... Traz
certa nostalgia que remete a passados gloriosos que não condizem com a atual
realidade. A dor da transformação forçada toma a alma dilacerada de tal forma
que se torna físico e até respirar dói. Não existe remédio capaz de curar.
E da minha varanda vejo o tempo seguir sem sequer me reparar. Estou
perdendo vida, morrendo aos poucos na dor que um dia se chamou AMOR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam bem-vindos!!! O caminho é pequeno, mas o coração é grande.