domingo, 26 de julho de 2020

Formas de amar



amor é amor e ponto. Mas existem formas de amar. E como virginiana que sou, a minha forma de amar é bem complexa, cheia de muitos detalhes. Isso vale para o amor na sua essência, o sexo e a intimidade. Amor pra mim envolve cuidado e fazer o outro se sentir importante e amado. Minha forma de fazer isso é meio boba, mas é como sei.

Quando acontece algo bom ou ruim, a primeira pessoa que me vem a cabeça para eu compartilhar é quem eu amo. Ela pode não saber, mas isso a eleva a uma condição mais que especial. Ela é a quem vem à minha cabeça na luz (coisa boa) e na escuridão (coisa ruim);

Como adoro ver quem amo bonito, gosto muito de presentear com roupa e não precisa ser uma data comemorativa. Se passo, vejo algo e isso me remete a quem amo, compro. O quero bonito e arrumado para que todos vejam que é bem cuidado, que tem alguém que se importa e cuida com zelo e carinho.

Digo que amo a cada oportunidade que tenho porque acho que ouvir EU TE AMO falado com o que há de mais puro dentro de si é importante para mim que falo e pra ele que ouve. E todas as vezes que falei foram ditas com a mais pura verdade que há em mim.

Não sou boa dona de casa, mas procuro sempre deixar a casa limpa e arrumada para trazer sensação de bem estar a quem amo, mas a cama... ah, a cama está sempre com lençóis limpos, cheirosos e passados para sempre passar a sensação de abraço ao nos deitarmos, mas para serem desarrumados e amassados sem cerimônia ou medo de sujar.

Não sou “melosa”, então quando a pessoa passa por mim distraída, dou aquela esbarradinha gostosa, mesmo que me machuque. Estou com isso dizendo que estou te vendo passar e quero te tocar. Gosto de abraçar, beijar, tocar o rosto... sou capaz de reconhecer quem amo só no toque, de olhos fechados. O enxergo em todos os sentidos e com todos os meus sentidos. Da visão ao paladar, passando, é claro, pelo tato.

Como olho com os olhos da alma e toco com apreciação, desenvolvi a capacidade de conhecer cada marca, cada sinal, cada pinta, cada curva... e admiro e potencializo e verbalizo minha análise de cada parte do corpo e o que ela expressa.

A boca em si e o quanto o sorriso é bonito e a sensação que me traz. O sorriso precisa me abraçar para ser sorriso; os olhos na sua cor especial e o que me faz sentir quando nossos olhares se encontram, tem que ser doce; a mão que tem particularidades que eu tenho a absoluta certeza, que só eu notei, e a sensação que me traz quando toca meu corpo, precisa também tocar minha alma; todo o corpo nu ou vestido, deitado, quando olho, olho com admiração, com o respeito mais desrespeitoso e toco com o maior carinho e desejo.

O sexo para mim só é possível com muito desejo, muito tesão e com muito amor, tem que envolver TODOS os sentidos e muita amplidão. Sexo por sexo não funciona e nunca funcionará na minha concepção. Só se pode ser feito se realmente existe amor e o desejo de permanecer, porque aí entra a intimidade. Não a intimidade de tirar a roupa – tiramos a roupa para um médico que nunca vimos antes, numa cirurgia ficamos nus e não sabemos nem quem está nos vendo... Intimidade pra mim é muito mais que isso.

Pra mim o mais alto grau de intimidade acontece justamente depois do sexo – que como já disse tem que ser feito com amor – que é o pousar, repousar e se entregar. Sim! Se entregar! Adormecer nos braços de alguém, babar no peito depois de fazer amor é o maior grau de intimidade que dei a uma pessoa. Naquele momento, desprotegida, sou a pessoa mais entregue. Porque confio plenamente e durmo na mais absoluta certeza que estou e estarei protegida.

Nesta encarnação só amei e amo com o que chamo de plenitude um único homem. Dele fiz a pessoa mais especial. Para estar com ele tive que ultrapassar muitas barreiras, enfrentar muitos problemas, viajar alguns bons pares de quilômetros – de carro, de ônibus, de avião – só para ter o que chamo “horinhas de descuido”. Estas “horinhas” são aqueles momentos especiais que só temos e sentimos quando amamos alguém.

São tantas as particularidades... são tantas complexidades. Mas não sou perfeita e não serei. O amor pra mim está também nas imperfeições, nos defeitos... se tornando encaixes perfeitos do imperfeito, do irracional, do não compreensível... porque amar é aceitar o todo, o completo. E pode ter a mais absoluta certeza que quando eu disse a ele “eu te amo” pela primeira vez – me lembro a ocasião (não foi depois de fazer amor) e o lugar, mas não lembro o dia – foi com a mesma certeza que seguiria amando quando disse pela última vez. E eu sigo...



4 comentários:

  1. Gostei de ler e ver o amor e o amar bem detalhado na tua forma de ver e viver...beijos, chica

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  2. Ah o amor... sempre o amor...
    Obrigada pelo carinho de sempre, Chica!
    Beijocas, Audrey

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  3. Olá Audrey querida

    A vida é feita de momentos...
    E estar aqui está sendo um momento especial...
    Já estou seguindo e voltarei sempre que puder...
    Se quiser, dá uma passadinha no meu também...
    Quem sabe não gosta e segue também...



    http://cristalssp.blogspot.com


    Beijos
    Ani

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    1. Olá Ani, é um prazer tê-la aqui. Com certeza estarei por lá!

      Beijocas,
      Audrey

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Sejam bem-vindos!!! O caminho é pequeno, mas o coração é grande.