quarta-feira, 8 de junho de 2022

Audrey, por Audrey

“E foi tão corpo que foi puro espírito. A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente. Bem atrás do pensamento tenho um fundo musical. Escuta: ‘Eu te deixo ser, deixa-me ser então’... Sabe o que eu quero de verdade?! Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma...

A maioria das pessoas está morta e não sabe, ou está viva com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece... Por enquanto, estou inventando... Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos... Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações”, Clarice Lispector.

 

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 Então eu sou! Sou fera, sou bicho, sou onça... tão cheia de garras e também de sonhos. Não vivo de mentiras e nem de meias verdades... hoje sou minha maior prioridade. Não gosto do raso, não sou do pouco... a minha sede pede inundações e eu transbordo. Vivo melhor! Vivo mais livre e mais completa. Ouço e me entrego aos desejos que nascem no segredo de mim mesma.

E também sou dos exageros, das grandiosidades – é exatamente assim que vejo, que sinto – e, por ser do muito, até quando erro, erro muito. Imagina quando amo! Puts! É sem limite! É tudo muito de verdade, intenso e sou capaz de decorar e perceber detalhes até então nunca sequer vistos! Definitivamente eu prefiro morrer a viver com charlatanismo, e o que não me falta é vida e vontade de viver.

Audrey, por Audrey

2 comentários:

  1. AUDREY ANDRADE,
    quando comecei a fazer postagem em blogues, você foi certamente uma das primeiras pessoas para a qual eu direcionei minha vontade de seguir e o fiz!
    Faz alguns anos Audrey e minhas lembranças são as melhores possíveis, pois ler seus textos me enriqueceram.
    Sempre a vi e senti exatamente como você se descreve nesse "então sou fera, sou bicho , sou onça... tão cheia de garras e também de sonhos ".
    A via exatamente assim!
    Tempos passam, continuam a admiração e respeito por você.
    Hoje me chamam de idoso ( veja que desaforo, Audrey!!!) e as gatinhas de "tio", gente desaforada.kkk
    Porém, se por fora desperto esse tipo de adjetivação confesso que por dentro continuo como você me achando:
    "...dos exageros, das grandiosidades ...Imagina quando amo! puts! É sem limite!"
    Dessa forma idoso e tio para quem só me vê externamente, não faz nenhum sentido.
    Quer saber, modestamente , não sabem o que estão perdendo!
    Na oportunidade, como seu antigo seguidor, gostaria de convidá-la para ler minha última postagem no meu blog HUMOR EM TEXTOS, cujo titulo é 'PAIS E FILHOS : DIALOGOS MODERNOS.
    Um abração carioca.


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    1. Verdade, Paulo! Há quanto tempo não te vejo por aqui e não ando muito pelos blogs amigos! Que falha a minha!
      Na verdade, pouco importa o que pensam ou deixam de pensar quem quer que seja!
      E, convite aceito!!!

      Beijocas e volte sempre!!! :)

      Convite aceito!!!

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Sejam bem-vindos!!! O caminho é pequeno, mas o coração é grande.