segunda-feira, 28 de novembro de 2022

O mesmo jogo, novas peças


A vida pode ser comparada a um jogo de quebra-cabeças – uns com muitas peças, outros nem tanto. Nossas primeiras peças e encaixe são a nossa família primária. Nem sempre o encaixe é perfeito, ainda que sejam feitos do mesmo material. Uma peça ou outra se quebra ou não se encaixa mais ou fazem outras jogadas.

Não se vislumbra o desenho que se forma, tampouco a duração do jogo. Ele se molda com o Tempo e com a chegada e partida de algumas peças. Também não é sabida a quantidade de peças que farão ou deixarão de fazer parte do mosaico. E assim vai se formando, desenvolvendo, significando e resinificando o quebra-cabeças, a vida... num mesmo jogo, novas peças.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

... num mundo de (im)possibilidades

 Fecho meus olhos e então estou em um barco, no meio do oceano. Não estou no meio do nada. Ao contrário, estou no meio da imensidão. Não há remo, não há vela, não há motor, não há força propulsora alguma... Somos apenas eu e a pequena embarcação. Não há tempestade, tudo é calmaria. O mar está uma mescla de azul que não decifro, e o céu está num tom exuberante de azul indescritível e não há nuvens no céu. E um dia de Sol e nem todo azul tira da ambiência o amarelo dos raios solares...


O mar está parado, o tempo está parado, eu estou parada... não há uma conexão Tempo/Espaço, não há caminho, não há direção, não há. Existe um vazio enorme, tão grande quanto a imensidão à minha volta. E o silêncio envolve meus sentidos com o vácuo, mas com ar para respirar na calmaria. Não há dor, não há medo, não há sofrimento, não há desespero... mas, também não existe amor, não existe alegria, não existe movimento, não existe vida... de alguma forma tenho paz.

Eu que sou uma alma da Terra, estou envolta em Água, que não me molha, não me lava, não me trata, não me move... Sou um corpo sem alma num mundo de (im)possiblidades.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Florescer

Tempo de limpeza. As travessias da vida estão duras por aqui e os infinitos particulares engolindo. Tempo de renovação. Retirar do caminho aquilo que já não serve mais ou já teve sua finitude. Tempo de plantio. Arar a Terra, adubar, escolher as sementes, plantar e, o novo surgirá. Talvez não tão forte, mas viçoso o suficiente para resistir, crescer e florescer. Tempo da espera. Respeitar o Tempo.

Em todas as estações, em todos os ciclos há muito trabalho a fazer. É Primavera. É necessária rega, suportar as pragas, o Sol forte, a chuva intensa, a dureza do outro e a própria fraqueza. Florir não é tão simples ou tão fácil. Há muito que vencer. É mais que esperar do outro. É imprescindível fazer a própria parte. Florir não é para os fracos.


A beleza, o perfume, o brilho, as cores chegaram. É Primavera. É Tempo de Amor, de amar, de florescer, de vencer as adversidades, continuar florescendo em si, no outro. “Em nossas vidas teremos pessoas que regarão nosso viver, assim como algumas que nos arrancarão sem pena do solo seguro, mas em ambos momentos, há de se retirar aprendizados e há de se brotar novamente”.

Aos que regaram e regam meu viver, minha mais profunda gratidão. A quem me arrancou sem pena do solo seguro, minha mais profunda gratidão. Em ambas brotei e reafirmei ainda mais: ao pisar em solo sagrado (alma/coração), devemos pisar com respeito, com amor... Vamos primaverar! Vamos florir!


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

É assim que acaba

 

Há um tempo na vida que costumo chamar “recolhimento”. O tempo de se recolher e se acolher, que vem depois que algo quebra dentro, fora ou ao redor de nós. Tempo precioso que deve ser aproveitado ao máximo. Entendimentos, sabedorias... quem dera os machucados curassem tão logo acontecessem. Ao mesmo tempo, que seria de nós sem sabermos que o tempo de cura e cicatrização é sempre muito superior que ao de ferir?! Isso nos ensina respeito a si e ao outro.

E então as feridas cicatrizam, recolhemos os pedaços espalhados e, muitas vezes, descobrimos que alguns já não nos pertencem, já nos cabem mais. Nossas inteirezas tomam outras formas e aspectos e estamos vibrantes de novo. Aí sim, pegamos um novo dia e estamos preparados para o novo. Não carrego dores, mágoas, pesos e deixo o passado exatamente onde ele deve ficar: no passado. Não levo comigo o que ficou, ao contrário, mantenho distância. Não emendo caminhos, porque sei que isso me faria começar com pesares e lembranças e comparações e tristezas e ressentimentos e lamentos e a pressa é inimiga da perfeição.

É assim que acaba uma história e é assim que começa outra, mas essa é uma outra história.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Ah, o Tempo...

A unidade de medida mais valiosa que temos chama-se TEMPO. Por tão valioso, ele sempre nos passa a impressão de que nos falta, que é curto, pequeno... Não! O Tempo é o Tempo. Tempo... apenas. E não leva em consideração se você o valoriza ou não. E cada um tem seu próprio tempo – ou acha que tem – e o Tempo tem todos os tempos. Mas se a vida rasgar a aproximação Tempo X Espaço, o Tempo se encarrega de tirar a cor, o brilho e o perfume  do que um dia foi colorido, lustroso, cheiroso e torna translúcido, invisível, inodoro... até que some. E, então, alguns podem continuar no caminho – fazem parte dele e a escolha foi feita antes do Tempo presente –, mas não se sentarão mais a nossa mesa.

E o Tempo tem os seus segredos e nós também. Em cada um de nós há um segredo, na verdade, vários dos quais muitos não ousamos sequer admitir para nós mesmos. Ou então uma paisagem interior com planícies invioláveis, morros intransponíveis, corredeiras assombrosas, caminhos tortuosos, mas que formam os nossos paraísos secretos... E nos pegamos em algum Tempo nos questionando “e se”. Ah, o Tempo... como nos faz sentir traído e traidor de uma mesma questão. Avança, avança, avança... e nos faz voltar em pensamento naquilo que achávamos que já havia sido posto, mas na verdade ainda é aposto.

O Tempo pode ser uma semente que cresce no mais profundo silêncio da alma, sem fazer um único ruído. E, quando percebemos, ele se torna uma árvore frondosa, cheia de raízes e com muita sombra e pensamos que podemos nos alimentar dos seus frutos... E então vêm as tempestades da vida, nossas inconformações, nossos ”e se”, nossas construções com alicerces mal feitos, terrenos arenosos, nossa pressa em mostrar uma capacidade que nunca existiu, um avanço preso ao passado... e esta árvore cai, fazendo um barulho imenso, ensurdecedor. A destruição é barulhenta, mas todo o resto é silencioso. 

Este é um dos poderes do Tempo: o silêncio. Mas quando percebemos que ele passou, o barulho ensurdece a alma. E ensurdecer a alma é um dos poderes do silêncio... É, a gente corre o sério risco de chorar um pouco quando se deixa cativar. O Tempo traz uma procura... ora do outro, que mora na gente, ora da gente, que ainda mora no outro.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Forjar é para metais

“Forjar é o ato de fabricar algo na forja, isto é, modelar mental ou outro material através de uma forja.


Normalmente, o ato de forjar tem o metal como elemento principal. Quem realiza o trabalho na forja é o ferreiro.

No sentido figurado, forjar significa inventar, no sentido de dar origem a alguma coisa a partir do nada, sendo em geral algo que não é real, uma evidência falsa.

Sinônimos: adulterar, armar, compor, criar, elaborar, fabricar, fazer, idealizar, inventar, manipular, manufaturar, maquinar, modelar, tramar, urdir”.

 

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Nunca vi o trabalho de um ferreiro forjando uma peça de metal – o que lamento profundamente, já que considero o trabalho artesanal lindíssimo. Mas ao longo da minha vida já vi tanta gente forjar os mais variados tipos de atitudes e sentimentos – o que também lamento, já que considero o falso terrível.

É engraçada esta comparação e ao mesmo tempo tão assustadora. Uma peça forjada é duradoura, é forte, é a transformação do metal bruto, pesado em proteção, em arte, mas também em arma. Os ferreiros forjavam ferraduras para proteger os cascos do cavalo, faziam objetos que serviam de adorno, mas também forjavam espadas que quitam vidas.

Forjar atitudes e sentimentos pode ser uma das piores forjas do ser humano. Pode ser “duradouro”, mas não é real e isso independe do que esteja sendo forjado – atitudes ou sentimentos. A forja, a mentira machucam mais que uma dura verdade, que uma nua realidade, e têm prazo de validade. Ao final, se fere, mas também se é ferido. Refugar a realidade, forjando sentimentos e atitudes pode ser tão fatal quando uma espada... cravada no peito do outro, mas também em si mesmo.

Forjar é para metais. Qualquer coisa diferente disso pode ser fatal.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Audrey, por Audrey

“E foi tão corpo que foi puro espírito. A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente. Bem atrás do pensamento tenho um fundo musical. Escuta: ‘Eu te deixo ser, deixa-me ser então’... Sabe o que eu quero de verdade?! Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma...

A maioria das pessoas está morta e não sabe, ou está viva com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece... Por enquanto, estou inventando... Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos... Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações”, Clarice Lispector.

 

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 Então eu sou! Sou fera, sou bicho, sou onça... tão cheia de garras e também de sonhos. Não vivo de mentiras e nem de meias verdades... hoje sou minha maior prioridade. Não gosto do raso, não sou do pouco... a minha sede pede inundações e eu transbordo. Vivo melhor! Vivo mais livre e mais completa. Ouço e me entrego aos desejos que nascem no segredo de mim mesma.

E também sou dos exageros, das grandiosidades – é exatamente assim que vejo, que sinto – e, por ser do muito, até quando erro, erro muito. Imagina quando amo! Puts! É sem limite! É tudo muito de verdade, intenso e sou capaz de decorar e perceber detalhes até então nunca sequer vistos! Definitivamente eu prefiro morrer a viver com charlatanismo, e o que não me falta é vida e vontade de viver.

Audrey, por Audrey

terça-feira, 19 de abril de 2022

Falamos de VIDA!


As tempestades, os desafios dos “invernos” da vida vêm para nos ensinar que precisamos deixar a vida fluir, seguir seu curso, respeitando cada estação. Silenciar e entender que toda tormenta, por mais forte que seja, passará. E, quando passar, é hora de fazer a limpeza. Analisar o que vale recomeçar, retomar (mais do mesmo) ou começar de novo. Adubar com atenção, escolher com carinho as sementes, semear com cuidado e destreza nas medidas, cuidar da rega – nem pouco, nem muito – sempre buscando o equilíbrio.

Depois vem o tempo da espera com paciência e olhar dedicado sobre o trabalho feito. Sem cobranças. A natureza não dá saltos e é sábia em tudo. Todo inverno passa para nos brindar com a beleza da Primavera. É o processo. Se acolher com muito amor, tendo a certeza que o processo pode ser doloroso, mas traz cura e florescimento. Uma semente se “arrebenta” de dentro para fora e isso deve causar algum desconforto, mas é daí que sai uma bela planta. É sobre isso! Falamos de planta ou de gente?! Falamos dos dois! Falamos de VIDA!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

A inutilidade e o amor

“Ter que ser útil para alguém é uma coisa muito cansativa. É interessante você saber fazer as coisas, mas acredito que a utilidade é um território muito perigoso porque, muitas vezes, a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. Ele está interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo em que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade.

Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre preço a Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder valor.


Quero ter ao meu lado alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olha pra mim, assim, que possa saber que eu não servirei para muita coisa, mas que continuarei tendo meu valor.

Porque a vida é assim, fique esperto, viu? Se você quer saber se o outro te ama de verdade é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? Pergunte assim mesmo: quem nessa vida já pode ficar inútil para você sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora?

É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem no final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir do outro: ‘você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você’”.

Padre Fábio de Melo

 

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Este texto do padre é o melhor que já li sobre o amor. É tão profundo, tão verdadeiro, que nos toca a alma e põe pra refletir sobre a vida, sobre as relações e sobre o amor. Principalmente o que se acha que é amor. Nos últimos anos aprendi tanto sobre a vida, sobre o amor.

A maioria das pessoas com quem nos relacionamos na verdade não se importa com a gente, mas sim com eles próprios. Se por algum motivo deixamos de “servir”, de ser “útil”, deixamos de ser amados, perdemos o valor. É o amor da boca pra fora, o “eu te amo” desde que você me serva para alguma coisa, mas ao menos sinal de inutilidade, se tornam carentes e o amor acaba. Não carentes de amor, mas de recíproca, de valor. Valor próprio, inclusive. Afinal, só se oferta o que se tem.

Há poucos dias vi bem de perto o amor e o valor e falta deles. Fui remetida a algumas lembranças tristes quando uma pessoa que estimo muito, mãe de alguns filhos, se tornou inútil e sem valor. Ficou pesada. E até quando eu mesma estava inútil e perdi o valor. Então, me dei conta que a inutilidade só é acolhida se realmente há amor porque não é fácil lidar com fragilidade, a debilidade, a necessidade do outro. O amor não é o quanto se é útil a alguém, mas sim o valor do que se foi feito quando o outro estava e/ou era “inútil”. Pobres e tristes aqueles que não sabem o valor das pessoas.

É bom saber sobre o amor porque um dia nos tornaremos inúteis e só ficará até o fim o valor do que um dia fomos e ainda somos. A meus amores, caso eu parta antes, vocês têm valor pra mim porque eu os amei na inutilidade, quando vocês sofreram, se perderam, se sentiram inúteis, invisíveis, inseguros, eu estava lá, eu os abracei, eu os beijei e os apoiei. Gratidão a cada um por ter me ensinado o verdadeiro valor.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Me dê mais tempo...

Há tempos a humanidade, de uma maneira geral, vive desafios. A pandemia do Covid mudou rotinas e costumes e muitas pessoas partiram. As relações mudaram, a vida mudou – ao menos para os que se deram conta do que este desafio trouxe de ensinamento.



No entanto, ainda existem os desafios de cada um em separado. Quando nascemos já sabemos que um dia vamos partir. O que não sabemos é como e quando. No ano passado uma pessoa jovem da “minha relação” partiu deixando uma pessoinha ainda tão precisada dela. Oh dó! As mamães deveriam durar mais. Minha relação de amizade já não era mais a mesma – coisas da vida –, mas ficaram, ao menos da minha parte, o amor, o carinho, o respeito, a gratidão. Estas coisas não têm prazo de validade.

É estranho, é difícil saber que não existe mais a possibilidade de vê-la. Eu tentei manter a amizade, o contato, cuidar se fosse preciso, buscar, levar, mas ela se recusou. Ela estava internada no dia do aniversário, mesmo sem poder entrar, consegui fazer chegar até ela uma flor, um chocolate e um recadinho. Não sabia, mas este seria meu último gesto de amor e cuidado com ela.

Dias depois fui excluída e bloqueada até nas redes sociais. Não entendi. E isso me fez questionar que tipo de pessoa eu sou. Precisei rever conceitos e fazer novas descobertas sobre mim. Isso me trouxe muitas reflexões. E, em poucos meses, o câncer a levou. E nós estávamos distantes. Como disse Pablo Neruda, “morre menos quem morre longe”. E assim foi. E sua partida só me foi de conhecimento porque outra pessoa, que não tenho muito em comum, postou em rede social. E a madrugada do dia que ela partiu foi terrível pra mim. Não dormi a noite toda, virando de um lado para outro, agoniada, incomodada. Rezei tanto e nada fez passar. Mistérios de Deus.

Me peguei pensando algumas vezes sobre o amor depois disso. Há dois anos me preparava para fazer minha iniciação no Candomblé. Muitas pessoas que eu amava se afastaram de mim. Pessoas que eu amava muito. Quando se faz a iniciação, fica-se por um tempo sem contato com as pessoas. Assim que pude ter contato, a primeira coisa que fiz foi buscar as pessoas que eu amava, queria tocar, abraçar, amar, dizer o quanto elas eram importantes pra mim, o quanto as queria na minha vida. Uma boa parte se recusou. Para mim, nunca importou se eram católicos, protestantes, espíritas, ateus, budistas, hinduístas, agnósticos, islamista ou qualquer outra coisa. Eu os amava exatamente como eram e independente do que escolhessem.

Busquei um a um. E aí descobri que eu amei só. Não havia retribuição. Eu não era amada por quem amei e ainda amo, mas já não gosto mais. A religião, a pandemia, a morte – exatamente nesta ordem – me trouxeram, com muito sofrimento e dor, mais ensinamentos que qualquer banco de escola ou universidade. Aprendi, em dois anos, o que não aprendi em toda minha vida. A pandemia persiste, sou candomblecista e a morte está me encarando de frente mais uma vez. Peder quem eu amo foi um duro golpe. Quase me matou efetivamente. Mas o que não mata, fortalece. Hoje sou mais forte e sigo amando, mas já não gosto mais.

Que toda pessoa que eu amo – até as que não gosto mais – sejam verdadeiramente amadas. A decepção e a dor que senti não desejo a ninguém, muito menos a quem um dia foi importante pra mim. A cada um que permaneceu, a cada um que se foi, a minha mais profunda gratidão. E, à morte, eu humildemente peço que me dê mais tempo, se for possível.