Fecho meus olhos e então estou em um barco, no meio do oceano. Não estou no meio do nada. Ao contrário, estou no meio da imensidão. Não há remo, não há vela, não há motor, não há força propulsora alguma... Somos apenas eu e a pequena embarcação. Não há tempestade, tudo é calmaria. O mar está uma mescla de azul que não decifro, e o céu está num tom exuberante de azul indescritível e não há nuvens no céu. E um dia de Sol e nem todo azul tira da ambiência o amarelo dos raios solares...
O mar está parado, o tempo está
parado, eu estou parada... não há uma conexão Tempo/Espaço, não há caminho, não
há direção, não há. Existe um vazio enorme, tão grande quanto a imensidão à
minha volta. E o silêncio envolve meus sentidos com o vácuo, mas com ar para
respirar na calmaria. Não há dor, não há medo, não há sofrimento, não há
desespero... mas, também não existe amor, não existe alegria, não existe
movimento, não existe vida... de alguma forma tenho paz.
Eu que sou uma alma da Terra,
estou envolta em Água, que não me molha, não me lava, não me trata, não me
move... Sou um corpo sem alma num mundo de (im)possiblidades.