Olha pra você! Tentando forjar uma felicidade que não existe, construindo um castelo em solo arenoso e tentando se equilibrar na corda bamba... tentando se espremer para caber num mundo que você não é principal, nem coadjuvante. Essa é a tua tentativa de demonstrar que é capaz de manter algo. Para quê? Para quem?
Olha pra você! Que copo
de bebida é este na tua mão? Que falso sorriso é esse fingindo concordar com
aquilo que te agride e, na verdade, acha fútil, ridículo e exposição sem senso?
Que alívio é esse que você sente quando sai da realidade da rotina que te
engole? Que tristeza é essa que você sente quando olha o distante? Que dor é
essa que te aflige e faz doer o peito?
Olha pra você! Por tantas
vezes se questionou como as pessoas mantinham um casamento de conveniência e
infelicidade, e você está descobrindo na prática. Agora sabe o motivo: a
pressa, o medo de envelhecer sozinho, medo do fracasso, medo de se entregar ao
verdadeiro amor, medo de aceitar o imperfeito, medo de ser julgado, medo de ser
fraco, medo...
Olha pra você! Repetindo
ações e gestos de amor que já foram feitos para outra pessoa. Tentativa inútil
de recriar uma realidade. (Vou te contar um segredo: as pessoas são únicas. O
que agrada uma, não agrada a outra na mesma proporção). O que você está
tentando? O sonho de viver em meio a Natureza também foi sonhado em outra
ocasião. O mezanino, o quarto sem portas, o barulho das águas, o cantar dos
pássaros, caminhar de mãos dadas...
Olha pra você! O que
chama de amor, na verdade, é conveniência. Um precisa do outro. Não do amor um
do outro, mas do apoio para seguir em frente, mas não vai muito a frente,
porque o amor pertence a outros. Ambos precisam provar que são capazes não para
si, mas para quem, sem saber, os machucou e, ainda assim, não tiram do
pensamento, do coração (e isso inclui na hora do amor).
Olha pra você! Já perdeu
tanto e vai se permitir perder ainda mais. Perdeu amigos, perdeu pessoas que
amava, vai perder mais e, ainda está perdendo a saúde. Quando se forja
felicidade, empurra-se a infelicidade para debaixo do tapete e ela vai
amontoando, amontoando e, quando nos damos conta, estamos tomados de dor. É uma
doença silenciosa que corrói e, aos poucos, nos tira a vida.
Olha pra você! Esqueceu
do carinho, do amor, do apoio, da amizade e da compreensão que recebeu nos
momentos difíceis. E, quando foi a vez de ser recíproco, achou melhor
simplesmente deixar pra lá. Esqueceu que magoar, maltratar, trair o outro é um
duro golpe em si mesmo, afinal, você fazia morada no coração que destruiu.
Sendo assim, você destruiu a si próprio.
E, agora, olha pra você! Mas
olha mesmo porque a semente que você plantou, germinou, cresceu e está próxima
a colheita. E tenha a mais absoluta certeza que não te quis mal em nenhum
momento. Eu não te abandonei hora alguma, nem nos momentos mais difíceis e
desafiadores. Ao contrário, eu te apoiei, tentei incessantemente te salvar.
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